das vontades do meu coração



Eu só quero a responsabilidade do primeiro beijo. Depois disso nada sei. Não me peça garantias, não posso dizer se vou até o fim, se vou parar antes do imaginado. Eu não sei. Sou imprevisível. Faz parte de mim, odiar paradigmas.
Já tentei fazer o planejado, responsabilidades e promessas jogadas na face, mas essa vida de vírgula em lugares corretos me farta.
Sempre faço as vontades do meu coração. Não sei se o trato como uma criancinha doente, mimando-o, ou se dou logo o que ele quer para que ele se acalme e volte para a sua letargia natural, fatigado de mais um final brusco.
Tudo é gostar, é satisfação, é encontrar no outro o que amamos e falta em nós mesmos. Então por que se preocupar por quanto tempo isso nos bastará?
A única coisa que tento pensar é: “Porque não? Talvez seja bom. Talvez eu até queira repetir.” Quase sempre o desinteresse me toma. Mas o meu desinteresse não vem de dentro de mim.
Ah... Mas quando é bom... Quando existe o querer mais... A sensação do prazer já sentido a se repetir, quando você já conhece de tal forma as nuances desse prazer ao ponto de saber todas as direções que ele há de tomar, olhos abertos no momento certo, pontas de dedos afagando pele macia... Aceito a dádiva. Por menor que seja o sentir, em todas as suas formas, é verdadeiro. Fecho os olhos, é o bastante.