"...Potremmo mai accettare noi stessi? E se lo facessimo, vorremo conoscere noi stessi? Cosa diremmo a noi stessi? Cosa apprenderemmo da noi stessi? Cosa ci piacerebbe davvero vedere, se potessimo essere all'esterno di noi stessi ad osservarci?"
Mas o amor é só uma coisa ligeira que voa pra lá e pra cá e pousa às
vezes junto com a conveniência.
E nós não podemos agarrar o amor, então nós agarramos as pessoas onde um
dia ele pousou ou onde o nosso equivocado coração acha que ele vai pousar.
E quem ouviu falar da capacidade do amor em nos pregar peças? Arranjando
morada nos lugares mais esquisitos, nas pessoas que menos esperamos.
Às vezes ele pousa numa palavra proferida em um determinado tom de voz,
num olhar mudo e que dizia tanto, num toque inesperado... Mas só pra levantar
voo em seguida e nós ficamos feito Pierrot a coçar a cabeça e lágrima pendurada
no olho a pensar: “mas ele estava ali agorinha mesmo...”.
O meu amor e eu vivemos um eterno jogo de esconde-esconde. Eu já disse
pra ele que cresci e que essa brincadeira nem tem graça, mas ele não me dá
atenção, ocupado demais voando por ai.
A Saudade, chorosa diz que faz tempo não o vê por aqui. A Esperança nem
me escuta, ansiosa demais a esperar na esquina, a Sra. Raiva mente orgulhosa,
dizendo que nem sabe quem é esse tal de Amor e nem quer saber. E tem uma tal
Paixão que vive brincando comigo, usando as vestes do Amor e querendo se passar
por ele.
Acabei de encontrar uma velhinha sisuda chamada Sapiência que, com um
dedo magro apontando pro meu nariz, disse que estou procurando fora uma coisa
que tem que estar dentro. Eu não entendi muito bem, mas ela prometeu voltar em
alguns anos pra me explicar.
Os dias passam, as horas gotejam dos relógios e quando eu estou distraída
consolando D. Mágoa que teima em me visitar contra todos os meus desejos, eis
que vislumbro o Amor ameaçando pousar em determinada pedra, longe, longe e eu
não quero me enganar, correndo atrás dele para chegar lá e ser só outro
sentimento espertinho querendo brincar comigo.
Então o deixo ali e vou seguindo meu caminho, deixando um rastro de pedacinhos, mas não é de pão, porque amor não come pão, amor se alimenta de carinho.
E o rastro onde vai acabar?
Onde mais seria?
Ele acaba onde aquela velhinha me disse um dia, ele acaba dentro de mim.
Quando, em meados de 2010 (um ano depois do lançamento), meu amigo Baccach entrou no escritório com aquele jeitão Kramer de entrar na casa do Seinfeld dizendo que Iggy Pop tinha lançado um disco cantando músicas em francês deu um curto na minha cabeça. Peraí, o eterno cachorrão louco do punk rock cantando coisas fofas em francês? Ahn? Cuma?
Não me fiz de rogada. Fucei, catei, farejei, achei e baixei. Deus do céu. Orgasmos auditivos. É isso que você sente quando escuta Les Feuilles Mortes pela primeira vez. Você não quer parar de escutar. Acho que fiquei um ano só nessa faixa. As outras vieram depois, só para completar o quadro.
Não é um disco fofo. Não é um disco punk. É lúgubre, é lindo, é doloroso, como tudo que é apaixonante. A maior parte das músicas fala de morte e/ou coisas ligadas à morte.
O disco foi inspirado no livro La Possibilité d’une ilê, do escritor francês Michel Houellebecq.
Palavras de Iggy Dog Pop:
"Ele [o livro] fala sobre morte, sexo, o fim da raça humana e também
sobre outras coisas bastante engraçadas (...). Li o livro de forma
verdadeiramente prazerosa, assim que ele foi lançado, e, na minha
cabeça, estava compondo as músicas que seriam a trilha sonora da minha
alma ao ler aquela história"
Resenha das músicas:
Les Feuilles Mortes Ah, a morte do amor.. Um amor que preenchia todo nosso ser e de repente...: "Mais la vie separe ceux qui s'aiment / Tout doucement, sans faire de bruit / Et la mer efface sur le sable /Les pas des amants desunis". (Mas a vida separa aqueles que amam /Lentamente, silenciosamente /E o mar apaga na areia / Os passos dos amantes distantes...)
I Want To Go To The Beach Claramente fala de alguém com uma puta depressão que quer se esconder no cu fim do mundo. A dor filha da puta que veio pra ficar declarada nos versos: "Particles of pain in my brain, I guess they're here to stay..." Morte do amor? Morte do ser amado? Morte da própria alma?
King Of The DogsE no meio de tanta morte, de tanta sujeira sobrevive quem se adapta e defende o que é seu!
Je Sais Que Tu Sais O que nós levamos dessa vida? Só sensações nossas? Do que fala a música? Prazer? Fuga? No fundo dá no mesmo.
Spanish Coast É hipnótica. Linda. Triste. Singela. Mais morte, pra variar. "Die like a fly
With no lover to sigh"
Nice To Be Dead E ele volta a mostrar um pouco do velho Iggy. Levante sua anca e balance babe cause "it's nice to be dead".
How InsensitiveAh, acabar com as esperanças de um ser que já foi amado... Quem não teve sua vez de ser vaca, digo, insensivel? Iggy consegue deixar a música mais dolorida que o nosso Maestro Jobim. Linda interpretação.
"How insensitive I must have seemed
When you told me that you loved me
How unmoved and cold I must have seemed
When you told me so sincerely"
Deus perdoe minhas insensibilidades...
Party Time A vida fede. As pessoas conseguem se tornar pior do que já são por natureza, "It's party time and I smell slime. You stupid people make me evil."
"Here's a brute, isn't he cute?
He needs a hole to bury his soul in"
He's Dead She's AliveSério? Eu não vou comentar isso. Simples. A vida continua... Iggy improvisa na música, voz e violão meio trash, mas ele pode tudo!
A Machine For Loving Lindo. A morte de um cão de modo hipnótico (to me repetindo eu sei), e poético. Pra quem lembra The Gift do Velvet tem uma amostra parecida, mas o Iggy não ousa tanto quanto o VU.
"What is a dog but a machine for loving
You introduce him to a human being giving him the mission to love
And however ugly, perverse, deformed or stupid this human being might be
The dog loves him, the dog loves him"
A música acaba e deixa a impressão de que os cães são melhores que a gente. (Por que não?)
And that's it. Depois mais duas faixas, remakes do Je Sais Que Tu Sais e Les Feuilles Mortes.
Humrum, porque não basta alimentar o espírito com boa música e poesia, o buxo, estombo não pode ficar vazio. Já dizia minha vó (e a de todo mundo), "saco vazio não para em pé".
1.
Compre meio quilo de contra-filé, mande limpar impecavelmente e moer.
Se o açougueiro estranhar mande ele se foder. Esses caras acham que pra
moer tem que ser patinho, carne idiota e sem gosto. Depois de limpo
sobram uns 350 gramas, tudo bem, foda-se.
2. Pique cebola, pepino azedo, azeitona, alcaporras, digo, parras e misture tudo com a carne.
3. Tempere com sal, pimenta-do-reino, páprica doce, páprica picante,
vinagre de maçã, molho inglês. Sua mão determina as quantidades, igual
no ítem 2.
4. Faça uma bola com a carne e amasse pra dar liga, misturar toda a
tralha, e passar uma energia boa para a carne. Feche os olhos e mande
vibrações hiperbáricas para o boizinho que está lá no céu fodendo uma
vaquinha.
5. Falando sério, amasse a bola de carne e transforme-a num hambúrguer.
6. Abra um buraco em cima e encha de mussarela picada.
7. Tampe o buraco muito bem, conserte as rachaduras das bordas e está pronto.
8. Ponha na frigideira com azeite quente. Vire só uma vez.
A pedido de uma pessoinha muito especial (taqui, Fá!), mais um post da série "No momento estou ouvindo...".
Diz-se que o micróbio do samba contagiou a multifacetária Calcanhotto. Ela diz que o samba sempre esteve nas raízes de sua música, implícita ou explicitamente, mas que nesse disco, não teve samba, digo, jeito: pra onde ela corria o samba estava lá a corroer, a cutucar, a balançar... E é isso que esse disco nos faz. Você ser humano normal ou não, não conseguirá ouvir esse disco só uma vez. É impossível. Como é bem dito na faixa 2: "aquele plano para me esquecer.... esqueça!".
O disco é delicioso do ínicio ao fim. Resuminho das canções:
1. Eu vivo a sorrir não porque estou feliz, mas "pro caso de você virar a esquina e adentrar a livraria, pro caso de o acaso estar num bom dia...". Sim, é um doce fingimento. Seja para não dar o gostinho de alguém a ver triste, seja por esperar tanto encontrar novamente o ser querido. Quem nunca fez? Quem nunca fingiu sorrisos por aí só no pensamento de estar sendo observada? (Oh Deus, sou a única louca?). Oh fins de relacionamentos...
2. Aquele plano para me esquecer"E aquele amor aonde quer que esteja, se bulir, vai ver 'inda lateja e se no fim, no fundo, permaneça aquele plano para me esquecer...Esqueça!" Não tem mais conversê! A música já diz tudo! Você, caro ex, não vai conseguir esquecer.
3. Pode se remoer é a música que a gente faz questão de postar no face, twitter ou qualquer meio onde aquele filho da p.. safado do seu ex (que fudeu com sua vida) possa ver e, bem, "se remoer".
"Pode se remoer
Se penitenciar
Eu encontrei alguém
Que só quer me beijar"
4. Mais perfumado Ah, homens, caros homens... Escutem essa música e aprendam. Nós não acreditamos em vocês, nos simplesmente amamos e bem, temos um pouco de dó porque vocês são o sexo frágil... Ops, falei demais?
"Ele acredita que me engano
Pensa que sabe mentir o homem que eu amo"
5. Beijo sem Dor de cotovelo feelings. Sim. Esse CD é exatamente o que você está pensando. Compre e dê de presente (indireta mode ON) ao seu ex que você ainda não esqueceu, mas finge bem que sim, indo à Lapa, beijando bem, curtindo a madrugada, sorrindo feito doida por ai...
6. Já reparô? Né? A essa altura sim, só faltava falar da megera, da nova namorada... Mas ah, não se preocupe porque: "...ela não samba.. Ai, ela não quebra, ela não balança. Ela não judia!" Não, essa aqui eu mesma vou mandar para uma pessoa acolá...
7. Vai saberEsse disco é a verdadeira história de um relacionamento! Chegamos aqui na fase da revolta. Como esse cara não me quer? "Só porque disse que de mim não pode gostar, não quer dizer que não tenha do que duvidar. Pensando bem pode mesmo chegar a se arrepender e pode ser então que seja tarde demais...Vai saber?" Acaba no conformismo relutante do "Vai saber..."
8. Vem ver como toda boa história de amor, chega o momento do "vem cá"... Sim, porque às vezes a gente pede arrego. Quer mais sofrer não, então declara: "Vestido de advogado, de garçom, de jogador
De dia fiel escravo, à noite seu predador Vem cá, Iaiá Vem ver."
9. Tão Chic"tão cheia de si.. tão triste, me ouça: a vida voa baixinho, cê vai ver, já é...", é parece que não teve jeito de voltar e a moça foi curtir o carnaval triste e cheia de si querendo amor eterno até a quarta feira... Essa é a música mais melancólica do cd, mas ao mesmo tempo é a que mais me enche de esperança.
10. Deixa gueixa E o carnaval continua! Passamos da mais melancólica à mais alegrinha. Muito fofa.
11. Você disse não lembrar E depois do carnaval vem a calmaria.... Será que vai dar pé? Será que o querido volta? "Se eu escolho acreditar eu me firo de morrer...". Tudo embalado por um sambinha delicioso.
12. Tá na minha hora ...porque tudo acaba né? Chega. Tá na minha hora mostra que o chororô passou, ela fez tudo que podia agora foda-se.
"Agora tá na minha hora
Eu vou passar uns tempos em mangueira
Não chora, neguinho, não chora
O meu coração é da estação primeira
Te deixo a geladeira cheia e sem promessa
Que findo o carnaval eu tô de volta"
Vou começar um novo tópico "no momento estou ouvindo...", e como quase sempre estou ouvindo essa bandinha escocesa, nada melhor que começar por ela.
Eu tenho um problema muito sério com novas bandas. Sou ficcionada nas bandas que já conheço - e a fundo, então me perco ao tentar escutar algo novo. O principal motivo é "Por onde começar a ouvir?". Para começar a ouvir uma banda é bom se inteirar
quanto a história da mesma, então, ao invés de postar meras outras
resenhas no tópico de recomendações resolvi compartilhar este que é um
tutorial e tanto para novos ouvintes de B&S. Quem é quem? Quem faz
o quê? Por que disco começar? Onde encontra-los? Essas
super-informações relevantes e cheias de suingue para novos ouvintes.
Então, vamos encerrar esse parágrafo de enrolação e passar pra
atividade:
Onde começou?
B&S é uma banda
escocesa, formada em Glasgow, Escócia, em Janeiro de 1996. Stuart
Murdoch e Stuart David se encontraram nos bares da vida e cataram
alguns músicos e
formaram o B&S. Em uma semana eles gravaram um disco, o Tigermilk,
na gravadora da faculdade que permitia que isso fosse feito de graça e
que se prensassem cerca de 1.000 cópias em vinil. Não era pra ser uma
banda séria, tanto que no começo todo mundo mantia seu emprego fora da
banda e tudo mais. Os vinis não chegaram a ser vendidos com entusiasmo,
mas foram distribuidos para os amigos (hoje chegam a ser vendidos por
centenas de libras em leilões). Como chegaram as mãos de um DJ local,
caiu na internet, começou a fazer sucesso e o escambau. No começo os
caras apareciam SEMPRE disfarçados em fotos ou tiravam fotos de amigos
e fingiam que eram eles.
Que música fazem?
A
música de B&S recebeu vários rótulos ao longo dos anos, mas só um
forte o bastante, INDIE POP. Se você classificar como Twee Pop, Jangle
Pop, Chamber-pop ou qualquer outro rótulo viadinho e tal, tá certinho.
Vou poupar detalhes sobre os integrantes, porque essa curiosidade só vem depois que a gente realmente se apaixona pela banda... Então vamos ao que interessa.
Não recomendo começar a ouvir B&S pelo primeiro disco "Tigermilk", que é meio pesado e depressivo. Na minha opinião o disco mais fueda deles para iniciar é "If you're feeling sinister (1996)
é o segundo disco supimpão do B&S. Todas as músicas foram
compostas por Stuart Murdoch e, bem, são FODAS!
Agora vamos para uma análise das músicas. É queridinho, não basta ouvir Belle.. Tem que desvendar.
The Stars of Track and Field
"Make a new cult every day to suit your affair" é a frase que começa
essa música e que é mais constantemente usada para definir o próprio
B&S. A música conta a história das estrelas da
corrida de obstáculos (ou modelos da Track&Field, não se sabe bem) e de suas peripéciais sexuais grupais. Basicamente tem alguém muito revoltado e se sentindo desprezado por uma dessas estrelinhas. A música é embalada por basicamente violão 'barely audible' e bateria incisiva no refrão.
Seeing other people
é uma daquelas musiquinhas belas embaladas pelos dedos dançantes no
teclado de Geddes que te fazem um dia querer usar num texto a primeira
palavra que você aprende nas aulas de literatura e mal sabe como se
escreve: "plurissignificação". Qual é o tema da música?
Promiscuidade? Prostituição? Traição? Acostumem-se, assim é B&S.
Me and the Majortem gaitas como aqueles folks americanos, mas não é um folk, quanto
menos americano. Mas tem muitas gaitas, isso é verdade. O eco da voz de
Stuart no final dá uma impressão de clássico e ao mesmo tempo um "de
volta pro futuro" way.
Like Dylan in the movies (e olha a Lisa que é protagonista de tantas músicas do B&S).
A melodia dá um certo tom de perseguição que a letra acompanha ("If
they follow you, don't look back, like Dylan in the movies" cantado em
coro pela banda) e entre guitarra, bateria e teclado você entende que
"isn't your money that they're after boy, is YOU". Pessoas com mania de
perseguição, por favor, deixem a sala.
The Fox and the snow
é a música mais triste que você já ouviu na sua vida inteira. Realmente
trata de uma raposa na neve, procurando o que comer, mas faz uma
análise das mazelas humanas (a procura diária de sexo, de alguém pra
fazer as coisas por você, o fato de nunca sabermos realmente o que é a
vida) e te empreguina da melodia pseudo-alegre na qual foi colada. Backing vocals da Isobel: "what would you do know?"
Get me away from here, i'm dying
É O CLÁSSICO MAIS CLÁSSICO DE TODOS OS CLÁSSICOS DE B&S. É
impossível que em uma fase da apresentação de B&S pra alguém a
pessoa pule "GMAFHID". Um balançar leve de violão, que chega a ser
clichê vai dividir sua vida em antes e depois de B&S. A única coisa
que eu, mera mortal que não nasceu com o nome Stuart Murdoch, não
nasceu na Escócia e sequer te um penteado ridículo (há
controvérsias...) é isso:
If you're feeling sinister
traz um alegre barulho de crianças brincando num parque. E numa base
teclado-violão conta a história de como Antony e Hilary se entregaram a
morte. "She was into S&M and Bible studies..." e entre todos os
paradoxos e clichês da existência o maior de todos aparece: o fato da
gente sempre se sentir estranho. Por mais crente-com-certeza você tem
dúvidas sobre a sua fé. Por mais ateu-caretão você tem dúvidas da sua
não fé. "But if you're feeling sinister, go off and see a minister,
he'll try in vain to take away the pain of being a hopeless unbeliever"
é o conselho b&s do dia.
Mayfly,
tem como primeira explicação a sábia pergunta: o que diabo é "mayfly"?
Como amante de animais considerados asquerosos (como baratas e sapos)
lhe apresento uma efêmera:
Efêmera
é o nome dado à essa linda mariposa aquática. Efêmera significa "de
vida curta" do grego, ou sei lá que língua antiga da qual nós
chupinhamos seu nome. Durante essa fase adulta, a efêmera vive poucas
horas, tempo necessário apenas pra reproduzir loucamente. Não há sequer
um instestino desenvolvido porque comer é perda de tempo pra quem pode
trepar. E é sabendo de biologia que se entende "mayfly". A
música trata de um amor passageiro, uma trepadinha "antes mal
acompanhado que só". Isso claro com a leveza de um tocador de arpa
sem dedos. "Keep me company 'till she comes again".
The Boy Done Wrong Again chega mais que na hora: Stevie abrindo a boca decentemente pra fazer um
semi-dueto com o Stu. Puramente violão e tristeza. "Hang your head in
shame and cry your life away"
Judy and the dream of horses
é a Judy "louca rebelde ovelha negra". Porque Judy trepou quando era
adolescente e foi ficando biruta de culpa depois, se entregou aos
livros e tinha sonhos eróticos com cavalões aos sonhos com cavalos - ou seria uma alusão à liberdade? Terminamos o disco sãos e salvos e com trompetes à cerca de 1:30, e
claro, com Judy fingindo que não quer nada com o amiguinho dela. "If
you're ever feeling blue then write another song about the dream of
horses"..
Loursque tout mi ravit, j'ignore
Si quelque chose me séduit.
Se il tutto mi rapisce, non so dire se una singola cosa mi seduce.
Se o tudo me toma, não sei dizer se uma única coisa me seduz.
La mia lingua madre mi ha abbandonato.
Ha abbandonato i miei versi, i miei sogni, i miei pensieri.
La cerco attraverso il mare di parola che ondeggia dentro di me, ma le parole
si nascondono, mi evitano, sciolgono.
O forse sono stata io ad abbandonarla.
Forse perché tutte le mie sofferenze sono successe in quella lingua.
I miei incubi da bambina li ho sognati tutti sempre in quella meravigliosa,
cantante lingua.
O sarà perché non ho mai sentito una parola d’amore vera nella lingua di
Camões?
La mia lingua madre è diventata la lingua della delusione, della solitudine,
dell’addio, della perdita.
Ma ha voluto Dio non lasciarmi orfana. Oggi la mia bocca si riempie
dell’italiano.
La lingua italiana mi ha trovata già quasi muta, le mie dita si
rifiutavano di scrivere, della mia anima si vedeva solo un filo,
sommersa com’era nell’abisso della’oscurità: senza suoni, senza colore,
senza poesia.
L’italiano mi ha riportato alla vita. Mi ha presentato l’amore. Ha
riempito la mia vita di colori, tutti verde-speranza.
L’italiano per me è la lingua del ricominciare, della rinascita. Non
solo quella culturale,ma la rinascita
dell’anima.
Oggi mi sento una bambina nell’ inciamparmi nelle parole.
Parole, ma non solo parole: colori, suoni, sensazioni. Parole rosse
di rabbia o passione.Gementi,
sussurrate parole. Addolorate e
piacevoli parole.
Parole che vogliono sempre dirti qualcosa.
Parole pesanti che affondano nel pavimento e non raggiungono le
orecchie. Parole come bruchi, che non arrivano mai, o come farfalle che
volano lievi su destini incerti.
Le mie, le nostre parole.
Parole di tutti coloro che cercano una
nuovalingua, una rinascita, una nuova
patria.
Una parola.
Per Roza Larissa
Texto de abertura do Evento Pronunce Diverse, na Biblioteca da cidade de Grugliasco, TO, Itália. Abaixo, o vídeo de abertura com apresentação da (melhor) professora de italiano que jamais encontrei, Lidia Moriondo.