Caminhos



Não consigo abrir os olhos.
É escuro aqui dentro de mim.
Tateio-me por dentro, às cegas, mas tudo me parece desconhecido.

Fui eu mesma que vivi aquele dia ao mar?
Eram minhas aquelas mãos que acariciavam?
Eram meus aqueles suspiros?
Aquelas risadas saíram dos meus lábios?
Que lábios são esses?
Aonde fui parar?

Vislumbro-me  na claridade dos meus sonhos.
Mas só vislumbro a desconhecida que me tornei.

Que sei eu de mim?
Não sei nem do que desejo.
(É que desejo tantas coisas)
Escolher uma é abrir mão de todas as outras possibilidades.

E eis que me encontro, no lugar de sempre.
Aqui, parada à porta de todos os destinos possíveis.