intromições



Às vezes o destino entra nos meus pensamentos para não mais sair. Ele me bombardeia com flashes das coisas que podem acontecer.
Podem acontecer sim, pois eu sei ter plantado as sementes há muito. É como se, em cada escolha que eu faça, eu possa ver o que vai acontecer muitos anos à frente, resultando de cada pequenina decisão.
Sempre que eu posso suportar eu faço a escolha correta. As pessoas, elas não entendem as minhas decisões, nem eu tenho energia, sequer paciência, para explicar.
Eu vou vivendo por caminhos incertos, me afastando de quem deveria me aproximar e deixando fazer parte dos meus dias quem nada é para mim.
Mas eu posso ver... Eu posso ver que da mesma forma que para eu dizer “Olá” no futuro eu devo dizer “Adeus” hoje, eu deixo o nada entrar na minha vida para que ele possa vir a ser tudo.
Às vezes o medo de nunca mais reencontrar uma coisa ou pessoa para a qual eu disse adeus me toma, mas eu tento me conformar com a idéia de que todos nós passamos, afinal; causa menos danos à alma você estar consciente da despedida do que ter algo arrancado de si, num adeus mudo e definitivo.
Conformemo-nos e saibamos que mesmo plantando sementes disto ou daquilo, nunca se pode ter a certeza do que se colherá. O mundo, a vida, o futuro são incertos e tendem a mudar com quase a mesma rapidez que meus sentimentos. Quase.

Roza