Algo se perdera. Algo de essencial se esvanecera junto com o sonho da madrugada anterior.
Ela não conseguia lembrar o que. Entregando-se aquela sensação, põe-se a procurar pelo quarto algo que não sabia haver perdido.
Para um pouco e pensa. Estivera aquela sensação sempre ali ou realmente nascera na noite anterior?
Sentira-se alguma vez completa?
Talvez naquele fatídico sonho conseguira olhar-se inteira num espelho qualquer, onde qualquer outra realidade que não a sua lhe sorrira e, deslumbrada, agarrara-se aquele reflexo e tomara-o como seu.
Mas não seria aquilo que sentia agora o certo?
Não seria a insatisfação e o vazio companheiros constantes?
Senta-se lentamente na cama, procura o isqueiro e algum outro tipo de alívio.
Expira.
É cada sonho estranho que temos...
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